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Burnout , o que realmente é ?

Foto do escritor: Cibeli Brandão PsicólogaCibeli Brandão Psicóloga

Atualizado: 12 de nov. de 2023


Muito se tem falado nos últimos anos sobre o impacto da síndrome de burnout

em profissionais de diversas áreas. Mas, afinal, o que significa “burnout” e de

que forma afeta a vida dos colaboradores nas empresas?

O termo em inglês pode ser traduzido como “esgotamento”. Trata-se de uma

doença caracterizada pelo acentuado cansaço físico e mental provocado por situações de estresse no trabalho.

Em alguns profissionais, o burnout se desenvolve após anos de acúmulo de

estresse e de trabalhos desgastantes, enquanto em outros pode ser desenca-

deado a partir de contextos específicos e em curtos espaços de tempo.


Fatores externos e fatores internos


Alguns fatores externos podem contribuir para o aumento

de casos de burnout no ambiente de trabalho, entre eles:


• Situações constantes de estresse;

• Alta carga de trabalho;

• Acúmulo de funções pelo profissional;

• Excesso de pressão, de julgamentos e de cobranças;

• Problemas de gestão e com a liderança;

• Falta de suporte da liderança e de colegas;

• Conflitos frequentes com os colegas;

• Ambientes extremamente competitivos;

• Objetivos difíceis de serem atingidos;

• Funções com grandes responsabilidades;

• Pouca autonomia para decisões;

• Poucos recursos e controle sobre os acontecimentos.


O burnout – ou a síndrome do esgotamento profissional – provoca profundos impactos na vida de uma pessoa. Os profissionais acometidos com essa doença têm baixa capacidade de concentração e de produtividade, perda acentuada de eficácia e de criatividade, e problemas de relacionamento com os colegas.


Em casos mais agudos, existe dificuldade até mesmo para realizar tarefas simples.


Além dos fatores externos, os fatores internos também contribuem para que algumas pessoas sejam mais suscetíveis ao burnout. Aquelas que possuem a autoestima frágil apresentam as seguintes características que podem potencializar esse problema:

• Percepção do próprio valor a partir dos resultados;

• Dependência da opinião dos outros;

• Expectativas altas;

• Comparação frequente com os outros;

• “Eu crítico” acentuado.


Quem tem a autoestima frágil é muito sensível a críticas, à rejeição e à indiferença, podendo se tornar perfeccionista e com propensão ao estresse e à frustração.

Do mesmo modo, alguns aspectos relacionados à ansiedade também aumentam

a chance de esgotamento:

• Necessidade excessiva de controle;

• Busca da perfeição;

• Ver risco onde não tem;

• Não considerar os recursos frente aos riscos.


O sofrimento depende, por um lado, da gravidade da situação e do grau de

sensibilidade do indivíduo a essa situação e, por outro, do suporte externo

(acolhimento e apoio da família e de amigos, contexto favorável no trabalho,

etc.) e dos recursos internos que a pessoa possui (maturidade emocional,

capacidade de comunicação, inteligência, espiritualidade, entre outros).

Por exemplo, um colaborador pode ter uma carga de trabalho alta e com

fortes cobranças de resultado, mas com uma boa capacidade de tolerar

essa carga (baixa sensibilidade) e de descomprimir com seus recursos internos (pormedita ção, terapia e/ou exercícios físicos). Se ainda por cima contar com suporte do chefe e dos colegas no ambiente de trabalho, assim como da família em casa, é muito pouco provável que venha a desenvolver burnout.

Já um colaborador sensível, que está em um trabalho com demandas moderadas e com um chefe hostil e crítico pode desenvolver um quadro de burnout, principalmente se contar com pouco suporte familiar e de amigos, e não cultivar seus recursos internos pelo autoconhecimento e por práticas de autocuidado.


Os estágios do burnout


A síndrome passa por várias fases até se configurar como

uma exaustão física, emocional e mental grave. Quanto mais

precoce for a intervenção, maior a chance de recuperação.


Estágio 1: lua de mel com o trabalho

Altos níveis de ambição e envolvimento, mas atrelando o próprio valor pessoal aos feitos e com alta necessidade de aprovação e de cobrança interna.


Estágio 2: turbulência

Dificuldades em lidar com o estresse no trabalho, cansaço físico e mental (deixa de cuidar de si, começa a se sacrificar), passa a culpar os outros ou as circunstâncias pelos insucessos, alguma redução da produtividade e da satisfação no trabalho.


Estágio 3: sintomas

Exaustão crônica, irritabilidade, problemas de sono, humor negativo e/ou instável, sintomas físicos podem aparecer (somatização), uso de substâncias (álcool, estimulantes, calmantes), queda significativa de produtividade.


Estágio 4: crise

Acentuação dos sintomas, impacto na autoestima (sentir-se sem valor, incapaz), vazio interior, perda de sentido, negativismo e fechamento emocional.


Estágio 5: colapso

Sintomas emocionais e físicos proeminentes, perda total da produtividade, quadro clínico de depressão, impacto profundo na personalidade; nesse estágio, geralmente, ocorre o afastamento do trabalho ou a demissão.


Como evitar o burnout em sua organização


Para evitar os casos de burnout, será necessário às empresas realizarem programas de prevenção com ações efetivas de promoção do bem-estar mental dos colaboradores. Isso terá um impacto na satisfação dos profissionais e também no aumento da produtividade e do engajamento.


Algumas ações que podem ser implementadas:


• Melhorar a gestão do tempo, das atividades e responsabilidades

dos colaboradores para evitar a sobrecarga de trabalho;

• Promover um ambiente de segurança psicológica nas empresas;

• Treinar os líderes para o tema.


Do mesmo modo, é importante também realizar um trabalho de desenvolvimento pessoal e de autoconhecimento com os colaboradores. Alguns exemplos:


• Fortalecimento da autoestima;

• Diminuição da sensibilidade emocional;

• Melhora da resiliência;

• Melhora da capacidade de comunicação.


Orientações finais, busque orientação profissional , tenha uma rede de apoio , fale com seus gestores .





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